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Como aumentar o teor de matéria orgânica no solo (MOS)

O manejo agrícola da matéria orgânica do solo (MOS) é importante para garantir altas produtividades. Isso porque a MOS atua de uma forma positiva nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo. Por isso, é vital saber como aumentar seus teores. Neste artigo vamos falar das principais estratégias. Mas antes de saber como aumentar o seu teor, vamos entender o que é a MOS.

Matéria Orgânica do Solo          

A MOS é o material orgânico estável ligado aos minerais do solo (Stevenson, 1994). Substâncias húmicas (SH) são a parte mais valiosa da MO. São elas que aumentam a fertilidade.

Mas como ocorre a sua formação? Ela começa com a biomassa vegetal, que vêm das raízes e dos restos culturais. Em seguida esta biomassa é decomposta por microorganismos para gerar a tão valiosa matéria orgânica.

A princípio, o processo de degradação da biomassa depende da sua composição química. Por exemplo, as plantas com maior concentração de lignina são as que mais formam substancias húmicas (SH). Isso porque a lignina é precursora das SH e, dessa maneira, da MOS. Vale frisar que este processo é feito por microorganismos específicos do solo (Wolf & Wagner, 2005).

Abaixo está um esquema de como a matéria orgânica é formada:

Aumentar o teor de matéria orgânica no solo MOS

Fonte: adaptado de Livro Fertilidade do Solo 

 

Porque a matéria orgânica é importante para o solo?

  • Aumento da Capacidade de Troca Catiônica (CTC)

A Capacidade de Troca Catiônica do solo, é a capacidade que o solo tem em armazenar nutrientes com carga positiva, principalmente Ca, Mg e K. Quanto maior a CTC, mais o solo terá condições de suprir a necessidade das culturas no curto, médio e longo prazo. Desta forma, a adição de matéria orgânica ao solo, pode aumentar a CTC em até 157 vezes (Mendonça et Al., 2006).

  • Complexação de Al tóxico

O Al3+ é tóxico para a maioria das culturas. Os estudos mostram que em sua presença, as raízes engrossam e diminuem sua ramificação. Dessa forma o Al tóxico diminui a absorção de água e nutrientes. Os compostos orgânicos liberados da biomassa, complexam Al3+. Assim a MOS diminui a toxidez de alumínio. Outro fator importante é que no momento de estabilização da MOS, o Al3+ faz uma ponte entre elas. Dessa forma diminui a sua absorção mesmo em pH mais baixo.

  • Complexação de micronutrientes (Quelatos)

Alguns compostos orgânicos também complexam os micronutrientes como Cu, Fe, Mn e Zn. Assim ocorre a formação dos quelatos desses nutrientes. Isso por sua vez aumenta sua difusão no solo.  Dessa forma a sua disponibilidade e a absorção pelas plantas são aumentadas.

  • Aumentam a Mobilidade de Ca e Mg em perfil

Muito se fala sobre a construção do perfil do solo para altas produtividades. Isso porque essa prática favorece o crescimento das raízes. Para isso ocorrer, é preciso levar Ca e Mg para camadas mais profundas do solo. Substâncias húmicas ajudam muito nessa meta. Elas se unem a estes cátions, formando substâncias mais solúveis. Dessa forma Ca e Mg conseguem chegar mais facil para camadas mais fundas do solo.

  • Funciona como um estoque de nutrientes, inclusive P

A fácil ligação com nutrientes importantes, fazem da matéria orgânica uma ótima poupança de nutrientes. Por exemplo, a MOS se liga ao Ca, Mg, K, Cu, Fe, Zn e Mn para liberar estes nutrientes no futuro durante a sua degradação. Além disso, ela também é fonte de N, P e S que fazem parte de sua estrutura. Dessa forma a MOS diminui perdas por lixiviação, fixação do P e permite a ciclagem de nutrientes.

  • Aumenta o Armazenamento de água

            A Matéria orgânica possui cargas na sua superfície. Por isso ela retém as moléculas de água, aumentando a capacidade de seu armazenamento no solo. Isso é muito importante no caso de solos de textura arenosa. Além disso, é vital nos períodos de seca e veranicos.

  • Favorece a estruturação do solo

A formação de agregados no solo é parte vital para altas produtividades. Isso porque um solo estruturado tem maior aeração, retém a água e tem boa drenagem. Além disso, os agregados diminuem a compactação e erosão. A MOS age como agente cimentante que agrega as partículas minerais do solo, como as argilas, formando micro e macroagregados.

Em resumo a importância da matéria orgânica do solo é que ela aumenta a CTC e complexa Al tóxico. Forma quelatos com Ca, Mg, K, Cu, Fe, Zn e Mn, aumentando sua movimentação no solo. Diminui a perda de nutrientes importantes, seja pela lixiviação ou fixação. E por fim, aumenta a retenção de água e nutrientes pela formação de agregados.

Diante destes benefícios, agora podemos entender como aumentar o teor de matéria orgânica no solo:

Como aumentar a matéria orgânica?      

  • Sistema de Plantio Direto (SPD)

O SPD traz muitos benefícios ao sistema de produção. Sem dúvida, o aumento dos teores de MOS é um deles. Quando revolvemos o solo, aumenta a sua oxigenação e área de contato dos compostos húmicos com os microorganismos. Dessa forma ocorre rápida decomposição e perda da matéria orgânica. Por outro lado, quando instalamos o SPD, reduzimos o revolvimento. Por isso conservamos a MOS e geramos o seu aumento ao longo dos anos.

  • Produção de Biomassa

Vimos que a principal fonte dos compostos húmicos são os resíduos vegetais. Por isso, é essencial gerar pelo menos 15ton/ha de matéria seca para ter aumento dos níveis de MOS. Além disso, as culturas com grande produção de raízes, contribuem muito com geração de Massa Seca. Entre elas podemos citar as gramíneas como brachiarias, milho, aveia preta e milheto, além de crotalárias, capim coranana e trigo mourisco.

  • Escolha das espécies certas para plantio direto

O precursor das substâncias húmicas e que geram a maior parte da matéria orgânica é a lignina. Por ser mais estável, produz a MOS que traz os benefícios que vimos até aqui. Abaixo temos uma tabela de algumas culturas e seus respectivos teores de lignina:

Fonte: Embrapa, 2010

Plantas com teores maiores de lignina contribuirão mais para o aumento dos teores de MO no solo.

  • Rotação de cultura

Rotação de plantas é importante no aumento dos teores de MOS. Isso por que, garante que haja diversidade de microorganismos. Isso por sua vez garante que haja formação de MOS em diferentes temperaturas e pHs. Quando temos menor diversidade, o solo terá microorganismos atuando em faixas estreitas de pH e temperatura. Assim, quando o pH e temperatura mudam, a produção de MOS é afetada. Solo com baixa diversidade é igual à de solo com baixo potencial de formação MOS.

  • Aplicação de dejetos e resíduos industriais

O uso de dejetos e resíduos industriais é um bom método no aumento de MOS. Isso por que são ricos em biomassa em estado avançado de decomposição.  Os mais comuns são: dejetos de suínos, aves, bovinos, lodo de esgoto, vinhaça, cinzas e bagaços. Estudos mostram que aplicar este tipo de material tem efeito positivo nos teores de MOS.

  • Fertilidade do solo

Em solos de baixa fertilidade, os microrganismos consomem a MOS. Isso para suprir a falta de nutrientes. Em contraste, em solos de alta fertilidade, vemos que os níveis de MOS aumentam.  No caso de altos teores Ca e Mg, a matéria orgânica forma agregados, o que diminui sua decomposição. Vale destacar que solos mais férteis irão produzir mais biomassa, aumentando níveis de MOS.

A MOS é vital quando pensamos em altas produtividades. O aumento de seus teores é algo que pode ser acelerado. Por fim, para aumentar a matéria orgânica no solo devemos implantar o plantio direto e investir na produção de biomassa. Plantas com alto teor de lignina, dejetos e resíduos da indústria são ótimas opções. Também, devemos implantar a rotação de cultura e tornar o solo fértil.

 

REFERÊNCIAS

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/75878/1/bolpd-290.pdf (Teores de Hemiceluloses, Celuloses e Lignina em Plantas de Cobertura com Potencial para o Sistema de Plantio Direto). Acessado em 01/06/2021.

http://www.livrosabertos.sibi.usp.br/portaldelivrosUSP/catalog/book/109 (Microbiologia do Solo – 2a Edição. Livros Abertos da USP. Acessado 01/06/2021

Fertilidade do Solo / editores Roberto Ferreira Novais… [et al.]. – Viçosa, MG; Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. Pg 275 a 374

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